sábado, 29 de novembro de 2008

Na vida não são só flores

Foto: Rogério de Moraes

Rosa em verso? Uma ova! Em prosa. De pétalas e espinhos, colorida, essa é a vida. Em uma cidade você pode acompanhar um homem, seu nome é Paulo, que passa a sua existência procurando o seu contentamento e colhe apenas relva, daninha e que consome quase todo o campo.

Esse Paulo constrói prédios, constrói avenidas para que outros Paulos, Bernardos e Andrés passem por elas. O progresso deve continuar! O progresso traz com ele o regresso, pois nem sempre o Paulo consegue pôr comida em casa. Outros homens como Paulo fazem o mesmo que ele e pelo mesmo preço, às vezes menos.

Maldito capitalismo desumano!

Tornando o mundo uma gangorra, onde para Paulo se manter por cima tem que jogar alguém para baixo ou esperar que o outro morra.

E não passa de um jogo, manipulado por aqueles que contratam os serviços daqueles que contratam os serviços de Paulo. E contam com a miséria de muitos que se amontoam em conjuntos habitacionais, subúrbios e favelas. Vivem do sofrimento de vários e carregam consigo o poder de decidir a vida de todos.

Paulo acordou e viu sua relva e todo o campo enlameado, ajoelhou e pediu a Deus que houvesse uma esperança, e lá onde seus joelhos encostaram nasceu uma flor. Naquele mesmo dia começara a trabalhar, agora registrado. Os pães voltaram à mesa e agora onde havia um lugar para gelar a água existe comida e dignidade.

Entre essas paredes existe um Paulo, nessa rua existem muitos Paulos, naquele Cingapura, então, são centenas, nessa cidade, milhões. São muitos Paulos, isso é São Paulo

Um comentário:

Nathalya Buracoff disse...

Sempre nascem de onde menos se espera.

Rapazes, vocês estão ótimos!
Parabéns.
bjs